Time is a train, makes the future the past

Estava eu a treinar os polegares com o comando da TV e tropeço num programa do canal VH1, “Bands reunited”, em que se tentava reunir os membros dos “Frankie Goes to Hollywood” (1ª parte) e dos “Kajagoogoo” (2ª parte).
O que eu gostava da “Relax” dos primeiros e da “Too Shy” dos segundos! O que seria feito deles? Como estariam eles fisicamente 20 anos passados?
O apresentador do programa lá andava a tentar encontrá-los, explicando que depois das duas bandas acabarem os respectivos integrantes nunca mais se viram e nenhum deles está ligado à música. Alguns têm até ocupações “exóticas”, como “o segunda-voz” dos FGTH, que anda pela Nova Zelândia a criar gado. Porém, o objectivo não era só juntá-los, mas também que eles dessem um mini-concerto.
Cedo se percebeu que, em ambos os casos, os grupos acabaram por desavenças pessoais e profissionais, opondo os vocalistas aos restantes elementos.
Por fim o apresentador bateu às portas de casa dos agora quarentões, sendo-me quase impossível reconhecer naquelas caras os rostos de que me lembrava. Talvez a excepção tenha sido o vocalista dos FGTH, Holly Johnson, que à custa do botox lá se vai aguentando, ao contrário do Limahl, vocalista dos Kajagoogoo, que deve ser não raras vezes confundido com qualquer toxicodependente arrumador de carros.
No que respeita ao objectivo do programa, o desfecho nos dois casos foi o oposto. O Holly Johnson lá acabou por comparecer à reunião, mas recusou-se a voltar a cantar. Os outros quatro teriam actuado de bom grado. Foi um balde de água fria para o programa e, calculo, que para os espectadores. Já o Limahl mostrou-se muito animado com a ideia de voltar a cantar. O concerto resumiu-se à “Too Shy” e pouco mais. Estranha e surpreendentemente soaram-me exactamente como há 20 anos.
Mesmo assim preferia recordar-me deles como eram e não no que se tornaram, seja isso lá o que for.