quinta-feira, dezembro 29, 2005

Mapa



The lines on your face are a map to your soul Summer Rain, U2

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Prenda

Recebi esta! Desgraçadamente a camisola e não o Colin Firth...

sábado, dezembro 24, 2005

37 minutos

Um destes dias acabaram-se-me as disquetes. Pela terceira vez em 3 anos, mas as suficientes para saber que uma odisseia me esperava…

Passo 1: Preenchi o impresso de requisição e dirigi-me à secretaria (seguindo ofício circular interno) para entregar a dita requisição e levantar o material.
Porém, uma vez na secretaria, foi-me dito que o impresso era para entregar ali, mas que o material tinha de ser levantado na “Dr.ª da Informática” (4ª classe, mas apesar disso não sabe ler, escrever ou falar).

Passo 2: A Dr.ª da Informática diz-me peremptoriamente que não há disquetes, que tenho de ir pedir à chefe de secção. E que me acompanha nessa ida.
Porém, eu avisto no armário umas 5 caixas de disquetes.

Passo 3: A chefe de secção diz-me que não há disquetes. Isto porque as pessoas não as sabem reutilizar. A Dr.ª da Informática acena afirmativamente.
Porém, faço notar que todas as disquetes por nós utilizadas têm um local de destino sem volta, a mesa da chefia.

Passo 4: De volta ao gabinete da Dr.ª da Informática esta diz-me que me dá uma disquete para desenrascar, mas que tenho de preencher o impresso.
Porém, eu não aceito uma única disquete, pois não quero fazer o mesmo percurso tão cedo, nem foi isso que eu pedi.

Passo 5: De volta à secretaria vou buscar o impresso, para demonstrar que pedi uma caixa e não uma disquete.
Porém, o impresso tinha desaparecido. Evaporou-se mesmo.

Passo 6: Um dos funcionários da secretaria faz de conta que me ajuda a procurar o impresso. Diz-me entre dentes que o melhor é ir perguntar a uma outra funcionária.
Porém, eu faço notar que esta funcionária está a tirar fotocópias num outro local e não entrou na secretaria nas últimas 2 horas.

Passo 7: Questionei a funcionária que diz que não viu o impresso! Há 2 horas que está na fotocopiadora.
Porém, coloca a hipótese de alguém ter posto o impresso no caixote do lixo.

Passo 8: De volta à secretaria preencho novo impresso.
Porém, quase que me engano e preencho uma disquete em vez de uma caixa de disquetes. Safa!

Passo 9: De volta ao gabinete da Dr.ª da Informática entrego-lhe o impresso e é-me entregue uma caixa de disquetes.
Porém, faço notar que afinal havia disquetes, 5 caixas delas.

Passo 10: No meu gabinete, e passados 10 minutos, chega a chefe de secção com outra caixa de disquetes para mim.
Porém, eu disse-lhe que já tinha uma caixa dada pela Dr.ª da Informática.

Passo 11: A minha colega de gabinete ouve e sente-se injustiçada, pois tinha deixado na secretaria um pedido de uma caixa de disquetes há 2 dias e ainda nada lhe tinha sido entregue.
Porém, a chefe de secção não lhe deu a caixa de disquetes que trazia.

Moral da história: mais vale peregrinar durante 37 minutos e ter uma caixa de disquetes que não existia do que esperar sentado por uma que existe.

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Urso

O nosso cão Gugenheim, ou seja, o urso de relva do Parque Verde do Mondego que fazia as delícias de muita gente, ficou esta madrugada reduzido a cinzas depois de um incêndio que se supõe ter tido origem numa acção de puro vandalismo.
Este não foi o primeiro ataque sofrido pelo urso. Há cerca de um ano houve quem se tivesse divertido durante a madrugada a conduzir o seu automóvel, repetidamente, contra o ex-libris do parque.
Enquanto houver gente assim …

quarta-feira, dezembro 14, 2005

(The) One

E se de repente te mandassem para o degredo e só pudesses levar uma única música para ouvires? Qual escolherias?
A esta pergunta aparentemente simples, uma resposta com 3 letritas apenas…
ONE (U2, Achtung Baby, 1991)

Para além de todo o património afectivo a ela associada, esta canção permitir-me-ia exercitar a imaginação sobre a sua aplicabilidade às mais diversas situações.
Foi sendo comummente aceite, pelo grande público, que esta é um hino ao amor (reproduzindo um diálogo entre amantes), que tudo significa e tudo supera. Afinal de contas, love is the temple, love is the higher law, apesar de/pois We are one but we are not the same.

Mas será isso? É que também há outras alternativas, nomeadamente:

1. O retrato da amargura própria do fim de um grande amor (versão supostamente defendida pelo autor): one love but we are not the same.
2. O diálogo entre um pai e um filho moribundo, vitima de Sida (versão defendida com base na dedicatória feita no álbum): one blood but we are not the same.
3. A relação vivida entre os membros da banda, que na altura da gravação do álbum era tensa (versão baseada em factos reais): one life but we are not the same.
4. A relação entre os povos das duas Alemanhas depois da queda do muro de Berlim (versão baseada no contexto histórico e local da gravação do álbum, Berlim) we are one but we are not the same.
5. A relação com Deus, num misto de desapontamento e busca de apoio (versão sustentada pela espiritualidade da banda): we are one but we are not the same.
6. A relação entre os países privilegiados/desafortunados (versão sustentada pelo activismo da banda, particularmente a africanidade): one life with each other, sisters, brothers.

Seja como for, apesar da versatilidade e seja cantada ou tocada por quem já o fez (Michael Stripe, Robbie Williams, Mary J Blide, Lighthouse Family, Joe Cocker, Tim White, Johnny Cash, Royal Philharmonic Orchestra), e depois de tudo, o que sobra no fim é invariavelmente o que importa.

One life
With each other
Sisters, brothers
One life but we're not the same
We get to carry each other, carry each other
One
One

domingo, dezembro 11, 2005

Compras



“Shopping is politics.You vote every time you spend money. The revolution is happenning in your house, in your purse, in your wallet, how you spend your money”. Ali Hewson

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Dalton Brothers

Há 18 anos começou e acabou umas das mais míticas bandas de todos os tempos. Ficaram conhecidos como os Dalton Brothers e realizaram 3 únicos concertos, enquanto banda de abertura dos concertos dos U2.
Três únicos concertos (Indianapolis, Hampton e Los Angelis), onde cantaram duas únicas músicas – Lucille e Lost Highway –, foram suficientes para se tornarem inesquecíveis.
Os Dalton Brothers eram compostos por 4 irmãos (Alton, Luke, Duke e a mais nova, Betty) e tocavam, como referiu Betty Dalton, "ambos os tipos de música - country e western", num claro tributo a Johnny Cash.
Os três irmãos actuavam com roupas de cowboy pimba (chapéus incluído), e fartas cabeleiras, e a irmã Betty era uma provocadora. A reacção a tamanha grandiosidade de actuação foi uma invariável incompreensão por parte do público, que gritava “get out of there”, “go home” e “we want U2”.
O que ninguém da assistência desconfiou era que os Dalton Brothers eram, na realidade, Bono (Alton Dalton), Edge (Duke Dalton), Larry Mullen Jr. (Luke Dalton) e Adam Clayton (Betty Dalton).

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Vertigo

“Alguém que tenha como objectivo «algo maior» deve esperar, um dia, sofrer de vertigo. O que é vertigo? Medo de cair? Não, vertigo é mais do que isso. É a voz do vazio debaixo de nós que nos tenta e nos seduz, é o desejo de cair, contra o qual aterrorizados nos defendemos”. Milan Kundera, A Insustentável Leveza do Ser.

O último álbum dos U2 (e a última tour também, em edição revista e actualizada com a inclusão de outros sucessos de 25 anos) passeia-se na jornada entre a vertigem (Vertigo) e o acreditar(Yahweh).
Vertigo é o mundo dos dias que correm, imaginado sob a forma de clube, absorvido nas solicitações (enumeradas exemplarmente em Fast cars), que nos embriagam, e vivenciadas em cidades que nos ofuscam (City of blinding lights), onde the more you see the less you know.
E tudo isto está ali, fácil, ao virar da esquina … all of this, all of this can be yours just give me what I want and no one gets hurt. Tentador.
Porém, what happened to the beauty I had inside of me? A beleza …
1. De acreditar nos outros, mesmo quanto mais ninguém o faz (Miracle drug), I wanna trip inside your head spend the day there.
2. Da necessidade dos que amamos (Sometimes you can´t make it on your own), sendo que os que já partiram estão mais próximos (One step closer) do que nós ainda desconhecemos.
3. Do verdadeiro amor, baseado na mysterious distance between a man and a woman;
4. Da relativização da aparência (Original of the species) I want nothing you’re not;
5. Da consciencialização de que vivemos num mundo dividido entre privilegiados/desafortunados, em que where you live should not decide whether you live or whether you die (Crumbs from your table).

Todavia, na vertigem de um mundo fútil, onde não se coexiste e em que todas as religiões reclamam inconsequentemente a paternidade de Deus where is the love and peace? EStá no acreditar em «algo maior», a razão de todas as coisas (all because of you, yahweh), a quem uns rezam outros roubam preces, mas … blessings are not just for the ones who kneel … Luckily!