Às 14 horas dirigi-me à secretaria do 1º juízo e lá estava a funcionária, companheira inigualável da jornada anterior. Mal me viu disse: “Ah, é hoje? Não posso crer que me tenha calhado a mim essa tarefa outra vez”.
Muito bem, é sempre gratificante sabermos que deixámos óptimas recordações às pessoas. Dito isto, lá foi procurar no meio de milhares de papéis e de seguida fez um sorriso enorme quando descobriu que, na verdade, não era mesmo com ela desta vez. Tinha que ir ao 2º juízo ter com o colega. Quando eu já estava de costas gritou-me com cara de triunfo “Sabe, afinal naquele dia o problema não era de cá, era de lá!. Eu bem dizia”.
O colega disse-me que era com ele e que havia 2 testemunhas marcadas para a videoconferência e se eu sabia se o tal João Q. já lá estava, pois já da outra vez tinha faltado. Eu não sabia, pois não o conheço, mas deve com toda a certeza ser um fulano muito esperto.
Por fim, disse-me que eu podia descer, pois as videoconferências são no andar de baixo. Depois das 4 horas do outro dia eu sabia perfeitamente onde era e poupei ao senhor funcionário uma viagem inútil.
Entrei na sala e esperei meia-hora. Por fim apareceu uma outra funcionária a dizer-me que o tribunal de lá ainda não tinha estabelecido ligação. Ligou o computador, a webcam e perguntou-me se era a minha primeira vez, dando uma grande ênfase às palavras
primeira vez. Disse-lhe que não, que já ali estivera e que tinha sido adiado por razões técnicas. Ao que ela respondeu “Se calhar porque não a conseguiram inquirir até chegaram a acordo e esqueceram-se de a notificar. Acontece muito!”.
Acontece muito? E lá saiu dizendo que ia confirmar isso com a colega do tribunal de lá, pois podia eu estar ali e já nem ser preciso.
Passados 10 minutos chegou e disse-me triunfante “Pode ir embora. Foi suspensa a instância”. E eu de bom grado ... vim embora. Aleluia!
Agora resta-me desejar ardentemente que as partes, de facto, cheguem a acordo e, por conseguinte, não haja mais necessidade de me convocarem novamente.