segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Novíssimo Testamento

A criação de Adão (Génesis, Antigo Testamento), por Miguel Ângelo


A recriação de Garreth (Into the Heart, Vertigo), por Bono

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Brokeback Mountain

Como disse Stephen Fry na cerimónia dos BAFTA (é um regalo ver como os ingleses sabem mesmo fazer este tipo de eventos), há que abandonar o clichet de que esta é a história de dois cowboys gays. Na realidade, esta é uma história de dois pastores, de ovelhas, gays ...
Humor inglês à parte, é um filme que está a fazer com que muita boa gente veja pela primeira fez no cinema não só um simples beijo entre dois homens como uma história de amor entre eles, que por fim surge somente como uma história de amor entre duas pessoas. Para muita gente esta constação por si só já não representa coisa pouca.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Dream Team

"Gandhi na bateria, Martin Luther King no baixo, o guitarrista seria Isaac Newton, no piano Beethoven e o vocalista Jesus Cristo". Edge, 2001, descrevendo a sua banda de sonho.

É com profundo pesar que me apercebo que não posso concordar com esta afirmação. O lamento é porque o Edge é aquele tipo de pessoa que quando resolve falar emite opiniões competentes, fruto do estudo e da reflexão, que raramente não geram consenso.
Mas não, não concordo porque, bem vistas as coisas, os próprios membros dos U2 superam em muito os idealizados. Já em tempos aqui ficou o duelo Bono vs. Jesus Cristo, tendo o Bono saído claramente vencedor. Restam agora os outros três (Adam Clayton no baixo; Larry Mullen Junior na bateria e Edge na guitarra e piano).

Martin Luther King vs. Adam Clayton

Martin Luther King: ficou conhecido por “I have a dream …”
Adam Clayton: concretizou o sonho e namorou com o símbolo máximo da beleza negra (Naomi Campbell).
Vencedor: Adam Clayton (goleada)

Martin Luther King: liderou a população negra, afro-americana, ganhando o prémio Nobel da Paz em 1964.
Adam Clayton: usou, no inicio dos anos 80, uma farta cabeleira loura afro-americana, ganhando com isso o prémio “Restaurador Olex- um homem louro de carapinha não é natural”.
Vencedor: Martin Luter King, in extremis.

Martin Luther King: foi assassinado pelos seus ideais, nomeadamente o pacifismo racial.
Adam Clayton: ainda é assassinado todos os dias por ter faltado a um dos concertos de Sidney (1993) devido, entre outras coisas, ao envolvimento com a Naomi Campbell.
Vencedor: Adam Clayton

Vencedor absoluto: Adam Clayton

Gandhi vs. Larry Mullen Júnior

Gandhi: ficou conhecido pela sua resistência passiva aos inimigos.
Larry: é conhecido por não ter respondido à provocadora declaração de amor de Boy George, por resistir estoicamente aos discursos empolgados do Bono e os paparazzi nunca terem conseguido tirar fotografias dos filhos.
Vencedor: Larry

Gandhi: foi assassinado por um paquistanês, povo a quem reconheceu a independência.
Larry: apesar de ser o melhor empregador do mundo (foi ele quem colocou no mural do liceu um anúncio a dizer que queria formar uma banda), passados pouco dias foi destituído do cargo de manager por Adam Clayton. Mais tarde os U2 fizeram um álbum chamado Actung Baby, nome que nunca conseguiu pronunciar.
Vencedor: Gandhi, no último minuto.

Gandhi: para provar a supremacia do espírito sobre o corpo dormia lado a lado com a sobrinha que amava e o amava, resistindo ao sexo.
Larry: aguentou estoicamente ser o protagonista do vídeo de Electrical Storm, em que carregava ao colo a actriz Samantha Morton, vestida de sereia. Passou pelo suplício de se vestir de mulher no vídeo de One e envergar um traje de cowboy e fazer a coreografia exigida no vídeo de Discotheque.
Vencedor: Larry

Vencedor absoluto: Larry

Isaac Newton e Beethoven vs. Edge

Newton: descobriu a lei da gravidade dos corpos (generalizando também que todos os corpos celestes se atraem mutuamente) e da viscosidade (sobre a mecânica dos fluidos).
Edge: há 30 anos que descobre como esquivar-se acrobaticamente das investidas do Bono em palco, que vão desde apalpadelas, dentadas e saliva a saltitar à volta da cara.
Vencedor: Edge, uma goleada celestial

Beethoven: viu uma das suas sinfonias (9ª, Ode à Alegria, que exprime a visão idealista em que a humanidade se une pela fraternidade) servir de hino à União Europeia.
Edge: produziu o álbum com o sugestivo nome de Zooropa (Zoo+Europa), onde se inclui uma música que descreve bem o real contexto europeu “Stay, faraway .. so close!”.
Vencedor: Edge

Beethoven: julga-se que resistiu durante meses a um lento envenenamento, que contribuiu para a sua morte, ainda hoje envolta em mistério.
Edge: conseguiu a proeza de decorar toda-mas-mesmo-toda a letra de Numb e enfrentar a ira dos muçulmanos pelo facto de no vídeo aparecerem uns pés na sua cara.

Vencedor: Bethoven, nos penaltis.

Vencedor absoluto: Edge

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Neve

Hoje de manhã, quando ia a sair de casa, mal cheguei à porta do prédio vejo o passeio todo branco, a rua toda branca, os carros estacionados todos brancos. Não, não é possível que tenha nevado!!! Esfreguei os olhos e vi que não era neve, mas um enorme manto de pequenos papéis brancos. Centenas, milhares! Vi que tinham alguma coisa escrita e apanhei um do chão.
A velhota do 3º andar ia a sair e disse-me: “Já viu isto? Sabe se isto agora é um costume do dia dos namorados?”.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Boris

Nome, conforme BI: Boris Bono Viktor Kostadinov.
Local e data de nascimento; Mira, 14 de Julho de 1993.
Ocupação: ser (meu) dono.
Características: carinhoso, simpático, mandão, amoroso, persuasivo.
Programa de TV preferido: “Late Show” com o Conan O´Brian.
Música preferida: Out of Control, U2.
Maior loucura: ter roubado e comido uma caixa de Mon Cherri.
Prato preferido: chocolates, carapau e lulas grelhadas e frango assado.
Desporto preferido: corta mato e maratona.
Ódios de estimação: helicópteros, asas-delta, moscas, telemóveis e veterinários.
Certezas: que é o cão mais bonito do mundo, que manda em mim, que odeia todos os outros cães, que eu sou a empregada doméstica dele, que eu sou a palhaça de serviço, que o Co Adriaanse devia ser despedido.
Manias: que consegue abocanhar uma mosca, que os gatos são amigos, de dormir no verão debaixo de um edredon.
Pessoas preferidas: Né, Raquel e Teresa.
Maior susto: no dia em que viu um coelho (morto, ainda por esfolar).

Ah, antes que perguntem. Boris porque sim, Bono porque tinha de ser, Viktor por causa do Baia e Kostadinov porque era um jogador com muito estilo.


Foto tirada pelo Eduardo (para quem pousou amavelmente), já que ele não suporta a presença da minha máquina num raio de, pelo menos, 10 metros.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Taras e Manias

Respondendo a um ultimatum (Lilás com Gengibre) e a mais outro ultimatum (Singing by the River) lá vou eu enumerar 5 manias, hábitos muito pessoais, que me diferenciem do comum dos mortais.

Ai vão, com a convicção de que eles não me diferenciam por ai além, pois para todos tenho companhia.

1. A mania da organização. Em casa, no trabalho, na vida.
2. Nunca ter lido um único manual de instruções. Por isso só faço uma utilização básica das coisas, como se pode ver por este blog.
3. Não utilizar o galheteiro do azeite e preferir a garrafa.
4. A propensão para ser adepta da teoria das conspirações e ler sobre isso até à exaustão (assassinato do JFK, dos Romanov, Camarate, etc.)
5. Debater durante horas as letras, a discografia e os concertos dos U2 – o record são 6 horas de acesa discussão, com o João, e cujo tema foi o duelo álbum Joshua Tree vs. Actung Baby.

Ai vão os sucessores da tarefa de também enumerarem 5 taras e manias. Não vão em forma de link pelas razões enumeradas no número 2 e também porque me esforcei por escolher pessoas que acho que não vão nisto.

Desabafos dia a dia
Pautas desafinadas
Vou morar no butiquim
Scatter O´light
Ready for the laughing gas

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Orgulho e Preconceito

Como li o livro e vi todas as adaptações ao cinema e televisão, confesso que tinha enormes reservas em ver este remake. Sobretudo porque a série da BBC (versão 1995) colocou a fasquia muito alta. Muito alta, não só pela irrepreensível adaptação do argumento, mas sobretudo pela interpretação dos actores, com especial destaque para Colin Firth (imortalizado para sempre no imaginário feminino com a cena do lago) e Jennifer Ehle.
Os meus receios, a roçar o próprio preconceito, eram em grande parte infundados. A realização é muito segura, tirando o maior partido da paisagem e dos actores. O pequeno pormenor do punho fechado do Mr. Darcy quando contrariado é magnifico.
Os actores são excelentes, a começar pelos tudo menos secundários Donald Sutherland e Judi Dench e a acabar em Matthew MacFadyen e na luminosa Keira Knightley.
Apenas dois pequenos reparos: a forma como é retratada a vida doméstica dos Bennet (patos e porcos à solta dentro de casa) só pode ter sido um daqueles devaneios de artista, que não encontra qualquer suporte no que Jane Austen escreveu; a forma abrupta como se chega ao desenlace.
Ah! Não acho, nem nunca achei, que esta seja uma banal história cor-de-rosa, que dispõe bem, e nos leva a acreditar que o verdadeiro amor ainda existe. Para mim, sempre foi, essencialmente, o retrato de como os primeiros juízos sobre alguém podem ser imensamente enganadores.



P.S. Se daqui a momentos me sair o euromilhões ... Pemberley will be mine!

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Old Boy

Depois de uma semana em que bati todos os recordes de idas ao cinema, inclusive com direito a excursão ao cinema da "província", mas que não passou aqui pela cidade, no fim entranhou-se-me esta frase do filme "Old Boy-velho amigo"(de Chan-wook Park, 2003).

Seja um grão de areia ou uma pedra
Ambas de afundam