sábado, maio 27, 2006

House (on fire)

Um médico que foi vítima de um erro médico e, por isso, coxeia e usa bengala. É um génio antipático, brutalmente honesto, calça sapatilhas, é amargo, sensual, presunçoso, toca piano, é viciado em analgésicos, não usa bata, odeia conversar com os doentes, é irónico, anda de mota, é agressivo, não faz a barba e é intratável.

Ah … e é simplesmente dono do humor mais corrosivo, inteligente e deliciosamente doentio da televisão portuguesa dos últimos, muitos, anos.



Para quem não pode ver na Fox ao domingo, depois do almoço, só lhe resta ver, como é hábito, a horas indecentes às quintas-feiras na TVI.

quarta-feira, maio 24, 2006

Índios

Quem me dera, ao menos uma vez,
Ter de volta todo o ouro que entreguei a quem
conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Explicar o que ninguém consegue entender:
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
E fala demais por não ter nada a dizer

Índios, Legião Urbana


P.S. Obrigada Fátima, por me teres presenteado com uma data de material daí do Brasil, que é um mimo.

terça-feira, maio 16, 2006

Brincar aos tribunais (Parte II)

Às 14 horas dirigi-me à secretaria do 1º juízo e lá estava a funcionária, companheira inigualável da jornada anterior. Mal me viu disse: “Ah, é hoje? Não posso crer que me tenha calhado a mim essa tarefa outra vez”. Muito bem, é sempre gratificante sabermos que deixámos óptimas recordações às pessoas. Dito isto, lá foi procurar no meio de milhares de papéis e de seguida fez um sorriso enorme quando descobriu que, na verdade, não era mesmo com ela desta vez. Tinha que ir ao 2º juízo ter com o colega. Quando eu já estava de costas gritou-me com cara de triunfo “Sabe, afinal naquele dia o problema não era de cá, era de lá!. Eu bem dizia”.
O colega disse-me que era com ele e que havia 2 testemunhas marcadas para a videoconferência e se eu sabia se o tal João Q. já lá estava, pois já da outra vez tinha faltado. Eu não sabia, pois não o conheço, mas deve com toda a certeza ser um fulano muito esperto.
Por fim, disse-me que eu podia descer, pois as videoconferências são no andar de baixo. Depois das 4 horas do outro dia eu sabia perfeitamente onde era e poupei ao senhor funcionário uma viagem inútil.
Entrei na sala e esperei meia-hora. Por fim apareceu uma outra funcionária a dizer-me que o tribunal de lá ainda não tinha estabelecido ligação. Ligou o computador, a webcam e perguntou-me se era a minha primeira vez, dando uma grande ênfase às palavras primeira vez. Disse-lhe que não, que já ali estivera e que tinha sido adiado por razões técnicas. Ao que ela respondeu “Se calhar porque não a conseguiram inquirir até chegaram a acordo e esqueceram-se de a notificar. Acontece muito!”. Acontece muito? E lá saiu dizendo que ia confirmar isso com a colega do tribunal de lá, pois podia eu estar ali e já nem ser preciso.
Passados 10 minutos chegou e disse-me triunfante “Pode ir embora. Foi suspensa a instância”. E eu de bom grado ... vim embora. Aleluia!
Agora resta-me desejar ardentemente que as partes, de facto, cheguem a acordo e, por conseguinte, não haja mais necessidade de me convocarem novamente.

domingo, maio 07, 2006

Welcome to the strange land

Desta vez, o fim-de-semana foi na aldeia do Candal. Onde não mora ninguém e onde impera o mais estranho silêncio … durante minutos, horas, dias.
Anda-se por ali a deambular, sentamo-nos nos alpendres dos ausentes e deparamo-nos com inscrições no xisto a dizer “sejam todos bem vindos”.


Nota mental:

And you hunger for the time
Time to heal, desire, time
And your earth moves beneath
Your own dream landscape

And we live by the side of the road
On the side of a hill as the valley explodes
Dislocated, suffocated
The land grows weary of its own

Oh, on borderland we run and still we run

A sort of homecoming, U2

quinta-feira, maio 04, 2006

1, 2, 3 ... 14

Apesar de já ter ouvido Wake Up muitas vezes nos últimos meses, estranhamente (ou talvez não) ainda continuo a sentir um certo arrepio com estes acordes…
Agradeço que me digam que não sou só eu :)


Arcade Fire

terça-feira, maio 02, 2006

Until the end of the world

Um fim-de-semana no Talasnal (uma das aldeias da Serra da Lousã), a respirar numa casa de xisto, a andar por caminhos de cabras, a comer talasnicos (ainda me engano a pronunciar the bloody word) e a admirar as alminhas.
No próximo fim de semana vou voltar para mais uma overdose de fim do mundo.





Ah, e um obrigada ao António por me demonstrar cientificamente que no Talasnal até um sapo se pode transformar em príncipe.