Feedback

Nunca se questionaram sobre o que é que o Larry Mullen ouve nos headphones durante os concertos?
Depois de uma aturada investigação cheguei à conclusão que nada tem a ver com qualquer tecnologia que lhe permite ter ligação privilegiada com os restantes membros da banda ou quiçá com o staff. Isso seria partir do pressuposto universalmente aceite como errado que ele precisa do feedback de outros, sejam eles quem forem. A verdade é que os headphones se destinam a que ele ouça um CD, made by himself.

As frases repetidas-repetidas-repetidas são as seguintes:

•Benvindos ao concerto da “The Larry Mullen Band” (15.23)

•Não fosse eu e estes três não passariam de vendedores de bíblias porta-a-porta (Bono e Edge) ou hippies desencaminhados (Adam Clayton) (17.41).

•Espelho meu, espelho meu, há homem mais bonito do que eu? (16.34).

•Se não rosnar e sorrir uma vez que seja a estas milhares de pessoas vai parecer que tenho mais de 21 anos (14.22).

•Porque é que o Bono está a cantar? FOAD (fuck of and die), it´s all about drums (17.09).

•As duas melhores performances da banda ao vivo foram Wiskey in the jar e Wild irish rover (12.76).

•Bloody Jesus Christ, estou aqui sentado, mas a fingir que estou montado na Harley-Davidson do Elvis (19.37).

•Com os 20% de lucro do show posso juntar mais algum dinheiro ao que me deram quando fiz a Primeira Comunhão (11.56).

•Se eu fingir que estou a ser esfolado vivo talvez o Bono não fale tanto, e se lembre das letras, e o Edge entre no tempo (18.21).

•A-c-t-u-n-g Baby, I´ve just learnd how to say A-c-t-u-n-g Baby (09.12).

Coçar Onde É Preciso

Um dia, José Pedro Gomes teve de tratar do passaporte, foi à Loja do Cidadão (onde não há filas de espera porque as pessoas tiram a senha e espalham-se por todo o lado) e, depois de três horas à espera, queixou-se à funcionária. "Não se enerve senhor António Feio, ainda lhe rebenta uma coisa na cabeça e enche-me a papelada toda de sangue", responderam-lhe.
Mas há mais, muito mais. Do pesadelo das férias no eco-resort à descoberta dos diferentes tipos de sanitas, da dificuldade em perceber a sinalização nas estradas portuguesas até à aventura da abertura dos pacotes de leite. Dos mirones ao conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos, passando pelo nosso PM, o Sócras (Sócrates até parece o filósofo e é muito difícil de dizer). E nem sequer faltou a Mona Lisa, a mulher mais cobiçada dos últimos tempos, e a real importância do sexo.
Desculpem lá, mas foi divertidíssimo.

Paciente

Hoje a minha amiga Lilás com gengibre relembrou-me que vai dar na TV o filme “O paciente inglês”. Na altura em que o filme estreou no cinema vi-o duas vezes e mal saiu o DVD comprei-o.
Acontece porém … que das duas ou três vezes que o filme passou na TV senti uma grande necessidade de o rever, apesar disso implicar deitar-me muito tarde, dormir pouco e não me aturar a mim mesma no dia seguinte. Em compensação, o DVD nunca foi aberto.
Há pouco dei por mim, mais uma vez, a fazer contas … para ver a que horas vai acabar o filme e a ponderar seriamente fazer noitada.
Valha-me Deus…

Aung San Suun Kyi

And if your glass heart should crack
And for one second you turn back
Oh no, be strong

Walk on, walk on
What you got they can't steal it
No, they can't even feel it
Walk on, walk on

Walk On
By U2

dedicated to Aung San Suun Kyi

Obrigada Xanocas por acreditares que eu ia conseguir colocar aqui o vídeo.

Anacronismos laborais

A trabalhadora Laura B., empregada de balcão de 2.ª no café X, iniciou o contrato de trabalho a termo a 16 de Janeiro de 2005 tendo este cessado a 16 de Janeiro de 2006.
A quantos dias de férias tem direito? Ou em linguagem jurídica, quid iuris?

Esta trabalhadora tem direito a 42 dias de férias, fora os proporcionais pelo trabalho prestado em 2006. Senão vejamos:

a)20 dias de férias pelo trabalho prestado em 2005 (art. 212º, n.º 2, do Código do Trabalho);

b)22 dias de férias adquiridas em 1 de Janeiro de 2006 (art. 212º, n.º 1 e 221, n.º 3 a contrario, do Código do Trabalho);

c)Proporcionais correspondentes ao subsídio de Natal do ano de 2006, à razão de 1/12 por cada mês de trabalho prestado (art. 254º, n.º 2, alínea b));

d)Proporcionais de férias correspondentes ao trabalho prestado em 2006, à razão de 1,833 dias úteis por cada mês de trabalho prestado (art. 221º do Código do Trabalho);

e)Proporcionais do subsídio de férias correspondentes ao trabalho prestado em 2006, à razão de 1,833 dias úteis por cada mês de trabalho prestado (art. 221º do Código do Trabalho).

Este é um caso verídico e agradeço a alguém que me demonstre, com base no Código do Trabalho (Lei n.º 99/2003, de 27 de Agosto), o contrário.

Pois

Número de mails ainda não lidos: 42
Número de pessoas a piscar no Messenger: 9
Número de livros em pilha, à espera de serem lidos: 7
Número de dias de férias à espera de serem gozados: 34
Número de pareceres que tenho de fazer para a semana: 8
Número de testemunhas que tenho de inquirir para a semana: 11
Número de dias que os apliques da entrada estão à espera para serem postos: 158
Número de concertos dos U2 à espera de serem ouvidos: 11
Número de euros que já paguei para ir ver os Rolling Stones: 60

Entretanto:

A ouvir: “Wake up” (Funeral) dos Arcade Fire … excelentes.
A comer: bombocas, numa de saudosismo.
A desejar: que amanhã não fosse segunda-feira.
A desejar fazer: nada
A fazer: nada
O que irei fazer: nada

Os Beckham

Brooklyn só tem 6 anos. Umas destas noites pediu ao pai, David Beckham, que o ajudasse a fazer os trabalhos de casa de matemática. O galáctico do Real Madrid e provável capitão da selecção inglesa no próximo mundial entrou em pânico. Não foi capaz de dar uma mãozinha ao filho. E, louve-se a honestidade, confessou-o publicamente: «os trabalhos para casa são tão difíceis, hoje em dia .. Não têm nada a ver com o que aprendi na escola.». No aperto, Beckham pediu socorro à mulher, a ex-Spice Victória – que, também em público, já disse nunca ter lido nenhum livro. Ignora-se em que estado aqueles TPC chegaram à escola, no dia seguinte …

In Visão, n.º 678

Deve ser do tempo

No fim do filme “Capote” (já agora parabéns ao Philip Seymour Hoffman), uma teenager que ficou à minha frente dizia à amiga que tinha gostado de ver a história deste presidente americano, o Sr. Capote. A amiga concordou entusiasticamente.

A Selecção Nacional faz um jogo amigável com a Arábia Saudita e escolheu um estádio, em Dusseldorf, cujo relvado é pior do que o do 15º classificado do Divisão de Honra da Distrital de Coimbra, o Ala-Arriba.

A Direcção-Geral de Finanças foi alvo de um atentado por grafitis de cor vermelha, cujo alvo foram as novíssimas janelas e portas, o que provocou a vinda da polícia e longas filas de espera. O que preocupou verdadeiramente os magotes de transeuntes foi averiguar se o autor foi um benfiquista.

A minha chefe diz que o primeiro trimestre do ano (repito, primeiro trimestre do ano)acaba a 20 de Abril. O ano passado ficámos incrédulos, mas este ano foi como se nunca tivesse sido a 31 de Março.

Uma familiar minha, que tem um linfoma e está a fazer quimioterapia, diz (e parece) que fisicamente nunca se sentiu tão bem.

A actriz Scarlett Johanssen (que eu muito aprecio, diga-se de passagem a quem interessar), uma Red, descobriu uma verdadeira paixão (apelidando-o de everlasting coolness) e desvendou que o encontro mais significativo se deu na mesa da cozinha da casa dele.

Num processo que me passou pelas mãos, o passaporte da guineense Fatma G., de 30 anos, regularmente emitido pelo MNE da Guiné-Bissau diz no local destinado ao preenchimento da “Altura”: À crescer.

O meu único Carnaval sempre foi este

A Lagoa é uma aldeia situada entre Mira e a Praia de Mira (a Lagoa tem uma … lagoa, que é Reserva Ecológica Natural, onde habitam aves como o galeirão, a arrabila, a garça, a águia real, o milhafre, etc.).
Mas a Lagoa tem ainda uma das tradições mais antigas de Portugal: os “Caretos da Lagoa”. Tradição que remonta ao tempo dos Vikings, quando estes desembarcavam ao largo da costa e pilhavam as casas e assustavam as pessoas.
Os Caretos usam grandes mascaras, muito feias e com fitas coloridas, e saias vermelhas com listas pretas, aventais e sinos. Ao longo dos anos, nesta altura dão a volta a pé a todo o concelho, assustando as pessoas, entrando nas casas, roubando-lhes chouriças e bebendo vinho.